A SAMBA chegou aos
18 anos fazendo barulho e chamando a atenção. Não é para menos. A maioridade é uma
marca que merece e deve ser comemorada. E uma coisa que os amigos do Beco da
Lama sabem fazer bem é celebrar. Dia 28 de julho, a comunidade do Centro
Histórico parou para ver a SAMBA passar. Além de festejar a maioridade da nossa
sociedade amigos, quem passou pela rua dr. José Ivo, onde tudo começou há 18
anos, reconheceu um Beco antigo. Um lugar onde a alegria costumava convencer a
tristeza a sair pela tangente.
Quem participou da festa tinha uma expressão
cravada na ponta língua: “O Beco voltou”. O espírito da maioria das pessoas era,
etilicamente, nostálgico. As divergências desceram na urina. O clima era de
festa. A batucada da bateria da escola de samba Balanço do Morro, por volta das
12h30, foi o sinal para o público vir chegando. O cadastramento, uma promessa
de campanha da atual diretoria, ia a todo vapor. Mais de 200 pessoas se
filiaram durante a festa. Buiú, o mestre de cerimônia, levou o barco na medida
certa com a categoria de sempre. A partir daí foi correr para o abraço.
Marinheiro de
primeira viagem no Beco, o grupo Chorões do Asfalto mostrou que não se chora de
tristeza no Centro Histórico. O quarteto fez a alegria do Beco por quase duas
horas. O poeta Antônio Francisco, vivinho da silva em Mossoró, baixou feito um caboclo
preto véio na performance da atriz Eliene Albuquerque. A interpretação de Gota
D´água por João do Vale foi um capítulo à parte. Quem não conhecia teve a
oportunidade de ver de perto um dos maiores atores deste Rio Grande do Norte em
plena atividade. João emocionou o público e se emocionou com o carinho da
plateia. Matheus e Natália Rodrigues fizeram do chão do Beco um palco armado
para o número de dança aplaudido de pé.
Na maioridade da
SAMBA, as homenagens rendidas ainda foram poucas perto da importância de tantas
pessoas na trajetória da entidade. Bosco Lopes, maestro Mainha, Dede, Nasi, Pedro
Catombo, Manoelzinho receberam o carinho da SAMBA in memoriam. Já Luciano de
Almeida, João Maria Alves, João Hélio (Sebrae), Ivan Júnior (Offset Gráfica),
Ceiça Lima, Pedro Pereira, Carlança, dr.
Chiquinho, Zizinho, Eduardo Alexandre, Ubiratan Lemos (Bira) e Augusto Luís
(Lula) receberam das mãos do diretor de eventos Severino Ramos e do diretor-executivo
da SAMBA, Dorian Lima, o certificado ‘Amigo do Beco’ pelo apoio à entidade.
Após as
homenagens, o IPHAN fez uma participação muito positiva na festa. Reabriu um
diálogo com a comunidade que parecia interrompido. O historiador Fernando Siviero e a arquiteta
Maria Luíza de Lima falaram da importância do tombamento do Centro Histórico como
patrimônio cultural do país e deixaram o instituto à disposição da comunidade
para tirar dúvidas e conhecer os projetos que vem sendo tocas no Centro. Ao
final, ainda distribuíram um material didático sobre o IPHAN.
E ainda teve mais. O Balalaika Brega Band fez um show
antológico no Beco. Tertuliano Ayres e o maestro Franklin Novaes levantaram o
público ao som dos bregas mais rasgados da música popular brasileira. Interação
total com a plateia. Cabrito só faltou ter a roupa rasgada no palco. Já a
cereja do bolo ficou por conta do samba do NÓS DO BECO, que fechou com chave de
ouro uma programação que teve música, poesia, teatro, dança, informação e muita
cerveja gelada.
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